Governo propõe unificar alíquota de IR sobre investimentos em 17,5%
Por Júlia Lewgoy, Valor Investe — São Paulo
A alíquota atualmente varia entre 15% e 22,5%, dependendo do prazo de resgate do investimento
Além do fim da isenção dos papéis de renda fixa, o governo também vai propor na medida que encaminhará ao Congresso Nacional uma unificação da alíquota de Imposto de Renda sobre os investimentos. O plano é que passe a existir uma cobrança de 17,5% para as aplicações em geral, não mais uma variação entre 15% e 22,5%, dependendo do prazo de resgate do investimento, como é agora.
Já os papéis de renda fixa incentivados — Letras de Crédito Agrícolas e Imobiliárias (LCAs e LCIs), as debêntures incentivadas e os Certificados de Recebíveis Agrícolas e Imobiliários (CRAs e CRIs) — contarão com uma alíquota de 5%. Assim, eles não serão mais isentos de imposto como atualmente.
Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e lideranças do Congresso concordaram em apresentar diferentes medidas para substituir o efeito da arrecadação do decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). As iniciativas incluem aumentar os impostos sobre as bets, cortar os incentivos aos papéis de renda fixa e diminuir benefícios tributários que não estão na Constituição.
As propostas mais urgentes serão tratadas por meio de uma medida provisória (MP), que vigora imediatamente, mas ainda deve passar pelo Congresso. As mudanças precisam também ser validadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que retorna da França na noite desta segunda-feira (9).
O fim da isenção dos papéis valerá para 2026, por uma regra de anualidade. A medida provisória não taxará o estoque dos papéis de renda fixa. Assim, brasileiros que compraram já os títulos não pagarão Imposto de Renda e a taxa valerá só para as novas emissões.
*Com Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva — Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil