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Entre os mais de 700 atletas registrados pelos 20 clubes para a disputa do Brasileirão, Matheus Davó e Roni, do Mirassol; Zé Marcos e Pepe, do Vitória; e João Lucas, do Grêmio, têm muita coisa em comum. Além de verem seus times estrearem ontem, na abertura do torneio, todos nasceram na região Sudeste, têm entre 25 e 27 anos, e estão na primeira temporada em suas equipes atuais — com as quais têm mais de um, mas menos de dois anos de contrato definitivo. E, no ano passado, os cinco vestiam camisas de outros clubes brasileiros. Os atletas se encaixam perfeitamente no perfil médio do jogador do Campeonato Brasileiro, de acordo com um censo do campeonato realizado pelo GLOBO.
Para o levantamento, foi considerada a listagem da CBF de atletas inscritos por cada um dos 20 clubes no torneio, assim como as informações de elenco disponibilizadas pelas equipes no site oficial. Para complementar outros parâmetros (data de nascimento, clube de formação, tempo de contrato, por exemplo) foram utilizadas plataformas de estatísticas de futebol.
Apesar do aumento a cada temporada do número de estrangeiros nos elencos do Brasileirão, o segundo dado com maior ampla maioria é o de nacionalidade. Quatro em cada cinco atletas do campeonato são brasileiros e o Mirassol é a única equipe sem “gringos” em seu plantel. Por outro lado, quatro times têm mais de um quarto do elenco composto por estrangeiros: Fortaleza (28,6%), Grêmio (28,2%), Vasco (27,8%), Palmeiras (27,6%) e Fluminense (26,5%).
Línguas e sotaques
Mas este é um Brasileirão que fala outras línguas além do português. Hoje, 123 jogadores têm o espanhol como idioma principal, representando 17,4% do total. Apenas um vem da Espanha, enquanto os restantes vêm de todos os outros nove países da Conmebol. Já os falantes nativos de português dominam a conta (81,6%), mas há também diversidade de sotaques, com cinco portugueses e dois angolanos. Além disso, há dois falantes nativos de alemão, três de francês, um holandês, um dinamarquês e um inglês.
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Dentre os hermanos sul-americanos, os argentinos compõem a maior fatia das nacionalidades estrangeiras no Brasileirão, com 46 representantes. Uruguai (26), Colômbia (16), Paraguai (15) e Venezuela (8) completam o top-5. Montevidéu (18 atletas), Assunção (7) e Buenos Aires (6) são as cidades da América do Sul com mais nativos no torneio.
Os sul-americanos representam a maior parte dos estrangeiros — 89%, contra 8,8% dos europeus e 2,2% de africanos — e a Argentina foi o principal mercado visitado pelos dirigentes dos times daqui para reforçar o elenco, com 26 jogadores vindos da “Primera División”. A Liga de Portugal (19), a MLS, dos Estados Unidos (17), a Saudi Pro League, da Arábia Saudita e a La Liga, da Espanha (12) completam a lista dos torneios que mais perderam atletas para o mercado brasileiro.
A maior parte dos jogadores do Brasileirão (55,3%) nasceu no Sudeste, com uma larga vantagem sobre as outras regiões. Os atletas nordestinos compõem 19,9% do total, enquanto os do Sul somam 15,8%.
Estreias e renovações
Esta edição do Brasileirão tem também uma outra característica interessante: a maior parte dos jogadores está disputando o torneio pela primeira vez vestindo suas atuais camisas, incluindo os jogadores das categorias de base que poderão entrar em campo como profissionais de suas equipes pela primeira vez. São 337 atletas nesta situação, o que corresponde a 47,7% do total. A maioria deles vem justamente dos times que subiram da Série B: o Ceará tem 27 novos rostos no elenco em relação a 2024 (79,4% do total), o Mirassol contratou 26 jogadores para esta temporada (74,3% do plantel) e o Sport tem novos 23 atletas (69,7%) em 2025. O Santos, campeão da Série B no ano passado, renovou mais da metade do plantel: tem 18 jogadores que vão representar o Peixe numa edição de Brasileiro pela primeira vez, 53% do elenco.