Polícia pede prisão preventiva do motorista do Porsche que causou acidente com morte em São Paulo
Por Yasmin Caetano e Bruno Luiz – São Paulo
O pedido foi assinado pelo delegado Nelson Vinicius Alves, do trigésimo distrito policial de são paulo, no Tatuapé.
Motorista de Porsche de mais de R$ 1 milhão bate em Renault, mata condutor e foge após acidente em avenida de SP. Foto: Reprodução — Foto: CBN
A Polícia Civil de São Paulo pediu a prisão preventiva do motorista do Porsche que causou a batida que matou um homem na Zona Leste de São Paulo, no último domingo.
O pedido foi assinado pelo delegado Nelson Vinicius Alves, do trigésimo Distrito Policial, no bairro do Tatuapé. No requerimento, ele afirma que Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, tem um “poder aquisitivo elevado”, sendo sócio de duas empresas.
Na visão do delegado, estando em liberdade, o jovem poderia ameaçar ou subornar testemunha para que prestem depoimento favorável a ele em juízo. Além disso, acredita que poderia forjar provas a favor dele e até mesmo fugir de São Paulo.
O delegado ainda afirma que Fernando praticou um crime de extrema gravidade, fugindo do local e, segundo testemunhas, estaria visivelmente embriagado. Também lembra que o jovem já teve a carteira de habilitação suspensa por desrespeito às normas de trânsito. Por fim, lembrou da repercussão do caso na mídia.
A polícia já havia pedido a prisão temporária no dia em que ele se apresentou na delegacia, na segunda-feira. Como a Justiça rejeitou o pedido, Fernando está respondendo em liberdade desde então.
Polícia Militar
A Polícia Militar afastou das ruas os PMs que liberaram o motorista do Porsche que bateu contra um Renault Sandero e matou o motorista de transporte por aplicativo Ornaldo da Silva Viana na zona leste de São Paulo.
A informação foi confirmada à CBN pelo comandante-geral da PM, coronel Cássio Araújo de Freitas. Segundo ele, os policiais atuarão apenas em atividades administrativas até a sindicância interna que apura a conduta dos agentes ser concluída.
O comandante afirmou que há indícios de que a mãe de Fernando Sastre de Oliveira Filho, condutor do Porsche, tenha enganado os policiais. De acordo com a Polícia Civil, Daniela Cristina de Medeiros retirou o filho do local do acidente no próprio carro, alegando que ele seria atendido no hospital. Com isso, os PMs que atenderam a ocorrência não aplicaram o teste do bafômetro.
Para o Ministério Público de São Paulo, Daniela tentou atrapalhar as investigações do caso. O secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que, se as investigações apontarem erro dos policiais, eles serão punidos.
Uma testemunha da batida afirmou à TV Globo que relatou à Polícia Civil ter visto três garrafas de vidro dentro do Porsche. A informação não está, no entanto, no depoimento que a testemunha deu à polícia sobre o caso.
Segundo o portal G1, Marcus Vinicius Machado Rocha, que estava no banco do carona do Porsche, continua entubado e internado em coma induzido na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital particular na Zona Leste da capital.
O homem de 24 anos foi indiciado por homicídio com dolo eventual, fuga e lesão corporal. Ele dirigia o Porshe que bateu contra um Renault Sandero e causou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos.