Quase ninguém sabe: mãe de Gerson Camarotti, que cobre o conclave na Globo, ficou tetraplégica após ser baleada pelo pai do jornalista
Por Matheus Queiroz – MSN

Quase ninguém sabe: mãe de Gerson Camarotti, que cobre o conclave na Globo, ficou tetraplégica após ser baleada pelo pai do jornalista. Foto: Reprodução, GloboNews
O jornalista Gerson Camarotti já virou referência da TV Globo quando o assunto é a cobertura de eventos históricos de um papa. Foi ele, por exemplo, que realizou a icônica entrevista com Francisco, onde o então pontífice declarou que “o papa é argentino e Deus é brasileiro”. O comentarista também promete ser um dos principais destaques durante o conclave, que teve início nesta quarta-feira (07).
Discreto sobre a vida pessoal, Gerson teve a juventude marcada por uma tragédia. Seu pai, José Fernando Gomes, tentou assassinar a ex-mulher, Kátia Camarotti, após não aceitar o pedido de divórcio.
Segundo informações que constam nos arquivos do Jornal do Commercio, o crime aconteceu em Recife, em 1991. A mãe de Gerson era psicóloga e tinha 39 anos. Decidida a se separar de José, um cirurgião-dentista muito influente na região, ela se mudou com os filhos para o Rio de Janeiro.
No dia 31 de janeiro de 1991, Kátia retornou a Recife para a audiência do processo de divórcio. Ela se hospedou na casa da irmã, Tânia, quando foi surpreendida por José, munido de uma arma de fogo.
José deu três tiros em Tânia e matou a ex-cunhada. Em seguida, ele tentou matar Kátia com um tiro na nuca. A mãe de Gerson não morreu, mas ficou tetraplégica e passou a depender de aparelhos para respirar. Ele ainda baleou a própria irmã, Socorro.
O crime ficou impune. José conseguiu um habeas corpus e respondeu ao processo em liberdade. Segundo a página História em Relatos, ele foi morto no ano seguinte dentro da própria clínica com quatro tiros.
Gerson travou uma luta por Justiça e, também, para dar o melhor tratamento à mãe. Ainda estudante, ele mobilizou a imprensa local e nacional pela condenação do pai e para arrecadar dinheiro em prol da fisioterapia respiratória de Kátia.
Em 1992, Gerson participou de uma CPI sobre violência contra mulher. No entanto, na ocasião, se recusou a dar o nome das pessoas que fizeram o pai sair impune do crime, mesmo com sigilo garantido. “Se eu der os nomes, não saio vivo, não tenho proteção”, disse ele ao Jornal do Commercio.