‘Essa mulher não descansa?’ Ilze Scamparini vira assunto nas redes ao entrar ao vivo pela 3ª vez após morte de um Papa
Por Pedro Henrique Cabo – MSN
Ilze Scamparini, correspondente da Globo e da GloboNews na Itália desde 1999, acaba de entrar para um seleto — e exausto — grupo de jornalistas que cobriram três mortes de papas direto de Roma. A aparição da repórter, na manhã desta segunda-feira (21), com os cabelos esvoaçantes no telhado do prédio onde costuma gravar ao lado da Piazza di Pasquino, reacendeu um velho meme da internet: “Ilze Scamparini não vai descer do telhado?”
A pergunta é feita com humor, mas carrega uma pontada de admiração. Afinal, Francisco é o terceiro Pontífice que ela cobre ao vivo em sua despedida final, depois de João Paulo II (2005) e Bento XVI (2022). Aos 88 anos, o papa argentino morreu, e Ilze já estava de volta ao posto — ou melhor, ao telhado — de onde comanda as transmissões.
Com décadas de experiência, Ilze se tornou referência absoluta em assuntos da Igreja Católica, especialmente nos bastidores da Santa Sé (Jurisdição Eclesiástica da Igreja Católica em Roma). Sua cobertura costuma unir precisão jornalística, empatia e uma presença visual marcante — que, não por acaso, virou fantasia de Carnaval. Sim, foliãs já desfilaram com blazers elegantes e microfones na mão para homenageá-la.
Seu momento de maior repercussão internacional aconteceu em 2013, no voo de volta do Rio a Roma, quando perguntou a Francisco sobre a presença de gays na Igreja. A resposta do Papa — “Quem sou eu para julgar?” — correu o mundo e virou símbolo de uma nova abordagem do Vaticano em temas delicados.
O curioso é que Ilze não estava em Roma há pouco tempo, quando o Papa precisou ser internado com um quadro de pneumonia. A jornalista estava de férias no Brasil, entre o calçadão do Leme e as ruas de Geribá, com o marido italiano Domenico Saverni Mezzatesta e a fiel cachorrinha Pina. A Globo precisou acionar às pressas Murilo Salviano, de Londres, para dar conta da cobertura emergencial.
Esse não foi um caso isolado: em 2013, quando Bento XVI renunciou, Ilze também estava no Brasil e teve que correr de volta à Europa. O Vaticano não parece respeitar o recesso da correspondente — e a internet já percebeu isso.
Entre piadas e elogios, o público nas redes sociais celebrou mais uma aparição da jornalista no já famoso cenário romano. “Ela só desce do telhado quando troca de papa”, brincou um internauta no X (ex-Twitter).
Além da cobertura do funeral de Francisco, Ilze ainda vai acompanhar o conclave que escolherá o próximo líder da Igreja Católica. Em outras palavras: o trabalho está apenas começando.
O Brasil já aprendeu que, quando a câmera da Globo vira para Roma e a imagem mostra uma jornalista elegante, segurando o microfone contra o vento, é sinal de que algo histórico está acontecendo.
E mais uma vez, lá está ela: Ilze Scamparini, firme no telhado, pronta para contar o que vem depois do fim.