Alcolumbre disse que é favorável à ‘transparência total’ e que houve ‘exageros’ no orçamento
Por Andréia Sadi – g1
Davi Alcolumbre recebeu 73 dos 81 votos de senadores. Em 2019, tinham sido 42. Articulador experiente, o político recebeu ligações tanto do presidente Lula quanto do ex-presidente Jair Bolsonaro após a eleição.
Após ser eleito para voltar ao comando do Senado, Davi Alcolumbre disse que é “100% favorável à transparência total do orçamento” em entrevista exclusiva ao Estúdio I, na tarde deste sábado (1º).
Alcolumbre também fez uma mea culpa e falou sobre a transparência das emendas parlamentares:
“Concretamente, estou falando que houve exageros. Temos que buscar um caminho. A conciliação não dará em apontar o dedo. A conciliação se dará entre os poderes em buscar uma solução. Temos que sentar com todos os atores envolvidos e buscar o melhor critério que existe no mundo de transparência e recursos públicos. A gente coloca primeiro as emendas, em seguida coloca obras discricionárias, depois obras do PAC, e então a gente vai poder dar transparência em tudo”.
Ele defendeu o uso de emendas pelos parlamentares, e disse que que muitas vezes elas garantem o desenvolvimento de cidades brasileiras, com a construção de hospitais, escolas e estradas.
“Tenho a convicção e clareza que precisamos fazer uma mea culpa e precisamos dar toda a transparência devida aos recursos federais, o que não pode, como você [Octavio Guedes] disse, é uma criminalização exagerada daqueles que não participaram do processo licitatório”.
Café com o presidente
Considerado um articulador experiente, Alcolumbre recebeu ligações tanto do presidente Lula quanto do ex-presidente Jair Bolsonaro após a eleição deste sábado.
☕Ele contou que Lula o convidou para um café na próxima segunda-feira (3), e desejou sucesso e êxito na missão. Bolsonaro também desejou sucesso e disse que espera que ele possa liderar com altivez e independência.
Alcolumbre recebeu 73 dos 81 votos de senadores. Em 2019, quando se elegeu pela 1ª vez, foram 42 votos. “Uma votação expressiva é o caminho que temos para unir e pacificar o Congresso. Minha gratidão a todos os partidos políticos e senadores, de diferentes ideologias partidárias”, disse o presidente eleito.
Veja os destaques da entrevista:
‘Não deixar pauta ideológica contaminar o parlamento’
“Vou me dedicar com muita altivez para não deixar a pauta político ideológica contaminar o parlamento brasileiro. Eu repeti isso para 80 senadores. O presidente do Senado não pode deixar que o debate eleitoral contamine o debate legislativo”.
“O debate necessário do mundo real é a agenda econômica, é apoiar as propostas de iniciativas do executivo que verdadeiramente sejam enviadas para mudar a vida do brasileiro, apoiar a iniciativa de parlamentares que são exitosas e estão tramitando hoje e que por muitas vezes questões partidárias não deixam tramitar”.
Anistia não vai pacificar o Brasil
“Temos que nos dedicar a agenda que possa promover a pacificação do brasil. Esse assunto [anistia] não vai pacificar o Brasil. Se nós continuarmos trazendo à tona assuntos que trazem a discórdia em vez da concórdia, nós vamos passar nos corredores do Senado Federal e ver os senadores de diferentes partidos agredindo uns aos outros”.
Haddad está dando ‘o máximo de si’
“Tenho uma excelente relação com o ministro Haddad. É até uma oportunidade, sem ser advogado do ministro Haddad, mas de perceber que ele está dando o máximo de si para tentar ajudar na agenda econômica do Brasil. Infelizmente a gente tem disputas partidárias e políticas que acabam entrando em outra esfera e acabam tentando desconstruir a figura de um homem público que está dando o máximo de si”.