Para pouco mais de sete em cada dez brasileiros (71%), a democracia é o melhor regime de governo, enquanto para 18% não faz diferença o tipo de regime em que vivem, segundo levantamento do Datafolha divulgado neste sábado. Já para 9% dos entrevistados, há circunstâncias em que uma ditadura pode ser melhor que um regime democrático.
A preferência por um modelo de governo democrático vem perdendo tração desde as eleições de 2022, segundo as medições feitas pelo Datafolha. Em outubro daquele ano, 79% dos entrevistados viam a democracia como o melhor regime possível, patamar que caiu para 74% na aferição seguinte, feita em dezembro de 2023, e agora para 71%. O instituto de pesquisas realiza o levantamento desde 1989, quando houve a primeira eleição presidencial da redemocratização.
Por outro lado, foi registrado no período um aumento da indiferença quanto ao formato de regime vigente. Em outubro de 2022, representavam 11% dos entrevistados, percentual que subiu para 15% no final de 2023, e chega agora a 18%. Já a preferência pela instauração de uma ditadura em detrimento de uma democracia saiu de 5% durante o último período eleitoral para 7% nas duas últimas medições.
A classe média e os mais ricos são os grupos que mais defendem a preferência por um regime democrático — o apoio por quem ganha entre 5 e 10 salários mínimos é de 87%, patamar que passa a 85% na faixa superior de renda. A adesão é menor entre mulheres, com 66% de apoio.
A pesquisa também mostrou uma tendência positiva em relação à satisfação com o regime democrático. Há dez anos, em 2014, apenas 9% dos entrevistados se diziam muito satisfeitos com o modelo de governo, percentual que subiu para 18% no último levantamento. Entre os que estavam pouco satisfeitos, o percentual caiu de 59% para 53%. Os patamares também caíram entre aqueles que estavam insatisfeitos com a democracia (de 28% para 27%) e que não souberam responder (de 4% para 2%).
A pesquisa foi realizada pelo Datafolha de modo presencial entre os dias 19 e 20 de março. No período, ouviram 2.002 pessoas com 16 anos ou mais em 147 municípios do Brasil. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.